À medida que mais empresas de media adoptam modelos baseados em assinaturas para gerar receita, o envolvimento com os leitores tornou-se cada vez mais importante. Contudo, algumas instituições parecem desconfortáveis com a construção de comunidades para os leitores.
Mike Masnick - que fundou o site Techdirt – falou sobre o processo e referiu que o erro fundamental de muitos canais de notícias é "não perceber que sempre foram uma empresa de construção de comunidades".
Mathew Ingram publicou um artigo no site Columbia Journalism Review sobre o tema.
Joy Mayer, que dirige o projecto Trusting News, explicou que nesta fase, em que a confiança no jornalismo está extremamente abalada, o envolvimento com os leitores é a melhor maneira de recuperar a confiança.
"Trabalhamos com redacções que usam vários modelos de chamar a atenção para a sua missão, motivações, processos e ética”, disse Mayer."É natural que o público fique confuso, sobrecarregado e frustrado com o que os jornalistas fazem, mas se os jornalistas acreditam no em seu próprio trabalho, precisam de tempo para explicar o porquê”.
Mayer refere, ainda, que Summer Fields, da Hearken – uma consultoria de tecnologia para empresas de media –, lhe disse: "Vimos que quanto mais o seu público se apercebe que os valoriza, mais provável é que eles confiem em si e o apoiem, seja financeiramente ou com seu tempo”.
Lauren Katz, da Vox Media, disse que a empresa usou projectos de crowdsourcing para relatar uma série de histórias de investigação, incluindo uma sobre custos de saúde, que envolveu pedir aos leitores informação sobre as suas experiências pessoais.
Outros meios de comunicação vêem o relacionamento com os leitores como uma série contínua de eventos sociais, explicou Christine Schmidt, que está a mudar-se do Nieman Lab para o Fundo Democracia, de Pierre Omidyar.
"Vejo a interacção como uma forma de fazer com que as pessoas se sintam ouvidas e incluídas”, disse Schmidt.
“E se os leitores se sentirem escutados e incluídos, então talvez eles tenham mais hipóteses de tirar seus ‘livros de cheques’: Simon Galperin, da GroundSource, que oferece às empresas de media uma plataforma de mensagens de texto para se conectarem com os leitores, disse que os públicos envolvidos em pesquisas têm três vezes mais probabilidade de se tornarem doadores ou assinantes dos sites com os quais se relacionam”.
Hanna Ingber, directora editorial do Centro de Leitores do New York Times, disse em entrevista à Galley que o centro não é um substituto para o editor, uma posição que o Timesterminou em 2017.
Ingber explicou que tenta usar o centro como uma forma de mostrar aos leitores que estes são ouvidos. "Às vezes vemos que muitos leitores têm a mesma pergunta, e isso leva-nos a escrever um artigo ou um explicador sobre o tema".
Mais informação em CJR.
O Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian acolheu novamente a cerimónia de entrega do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, atribuído , este ano, a Fabiola Gianotti, cientista italiana em Física de partículas e primeira mulher nomeada directora-geral do Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), por ter contribuido para a divulgação da cultura científica de uma forma atractiva e acessível.
Este Prémio Europeu, instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) em cooperação com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa (CPI) recorda a jornalista portuguesa, escritora, activista cultural e política (1939 – 2002), e a sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus.
É atribuído anualmente a um cidadão europeu, cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa, e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer através de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes de ficção e programas de rádio e/ou televisão.
O Prémio conta com o apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.
A China e a Rússia utilizam técnicas de controlo de informação invasivos, desde as comunicações privadas dos cidadãos à censura.
O uso de sistemas tecnológicos autoritários, por actores estatais, com o objectivo de diminuir os direitos humanos fundamentais dos cidadãos é algo que ultrapassa todos os limites.
Valentin Weber, do Programa de Bolsas de Estudo de Controlo de Informações do Fundo Aberto de Tecnologia, decidiu realizar uma análise sistemática dos seus drivers e obteve sintomáti cos resultados.
Através da pesquisa, Valentin descobriu que, até ao momento, mais de cem países compraram, imitaram ou receberam treino em controlo de informação da China e da Rússia.
Verificou, ainda, casos de países cujos objectivos de controlo e monitorização da informação são semelhantes, como a Venezuela, o Egipto e Myanmar.
Na lista surgiram, também, países possivelmente menos suspeitos, nos quais a conectividade se está a expandir, como Sudão, Uganda e Zimbábue; várias democracias ocidentais, como Alemanha, França e Holanda; e até mesmo pequenas nações como Trinidad e Tobago.
“Ao todo, foram detectados 110 países com tecnologia de vigilância ou censura importada da Rússia ou da China”, refere o artigo da OpenTechnology Fund, publicado no Global Investigative Journalism Network.
Este site do Clube, lançado em Novembro de 2016, e com actividade regular desde então, tem-se afirmado tanto como roteiro do que acontece de novo na paisagem mediática, como ainda no aprofundamento do debate sobre as questões mais relevantes do jornalismo, além do acompanhamento e divulgação das iniciativas do CPI.
O resultado deste esforço tem sido notório, com a fixação de um crescente número de visitantes, oriundos de uma alargada panóplia de países, com relevo para os de língua portuguesa, facto que é muito estimulante e encorajador.