O Prémio de Jornalismo da Lusofonia de 2018 foi entregue em Macau, em cerimónia realizada no Clube Militar, à jornalista Catarina Brites Soares, distinguida pelo seu trabalho “Ler sem Limites”, publicado no semanário Plataforma. O Prémio de Ensaio, atribuído ao historiador António Aresta pelo trabalho “Miguel Torga: um poeta português em Macau”, foi - na ausência do galardoado, que se encontra em Portugal - simbolicamente entregue ao director do Jornal Tribuna de Macau, Sérgio Terra.
Nesta segunda edição dos Prémios de Jornalismo e Ensaio da Lusofonia, instituídos pelo Jornal Tribuna de Macau, em parceria com o Clube Português de Imprensa, foram submetidas mais de quatro dezenas de trabalhos de autores de Macau, Portugal, Brasil e outros países de Língua Portuguesa.
O júri, presidido por Dinis de Abreu, do Clube Português de Imprensa, foi ainda integrado por José Rocha Diniz, pela Tribuna de Macau, José Carlos de Vasconcelos, pelo JL, José António Silva Pires, pelo CPI, e Carlos Magno, pela Fundação Jorge Álvares.
A entrega dos Prémios foi um momento alto da cerimónia de comemoração dos 36 anos do Jornal Tribunal de Macau, durante a qual usaram da palavra o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura da RAEM, Alexis Tam, o administrador do jornal, José Rocha Diniz, e o General Garcia Leandro, antigo governador de Macau e actual presidente da Fundação Jorge Álvares. Estavam também presentes os Cônsules de Portugal, Moçambique e Angola, respectivamente Paulo Cunha Alves, Rafael Marques e Sofia Pegado da Silva.
Na sua intervenção, que proferiu em Português, Alexis Tam desejou “votos de sucesso” e garantiu envidar mais esforços para apoiar a Língua Portuguesa no território. “Vou fazer o melhor possível para conseguir mais leitores, principalmente os nossos alunos que estão a estudar a Língua Portuguesa”, disse.
Segundo o Jornal Tribuna de Macau, que aqui citamos, o governante, reiterando a importância da Língua de Camões, em geral, e da Imprensa em Português, em particular, salientou o contributo deste segmento dos media por “conseguir divulgar informações importantes em todas as áreas – cultural, educativa, económica”.
Por sua vez, José Rocha Diniz reafirmou a promessa da continuição do Tribuna de Macau como “um jornal sobre a vida sócio-económica e política de Macau, factual nas notícias, livre nas opiniões, e tudo isto em Língua Portuguesa e de acordo com o Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses”.
José Rocha Diniz salientou, também, que foi com a missão de “defesa, apoio ao ensino e à vulgarização da Língua Portuguesa” que se concretizou esta segunda edição dos Prémios de Jornalismo e Ensaio da Lusofonia, instituídos em 2017 em parceria com o Clube Português de Imprensa, com o patrocínio da Fundação Jorge Álvares e, este ano, com o apoio do JL – Jornal de Artes, Letras e Ideias.
No mesmo contexto, o General Garcia Leandro, na qualidade de presidente da Fundação Jorge Álvares, destacou a relevância destes Prémios, que “não poderia deixar de apoiar por razões que estão relacionadas com a importância da Língua Portuguesa”.
Para a jornalista premiada, Catarina Brites Soares, esta distinção é importante, sobretudo, por permitir transmitir a mensagem de que “em Macau existe, de facto, liberdade de expressão e acesso à informação”.
Reconhecendo que, na fase inicial de elaboração da história, sentiu alguns receios das reacções que poderia causar, a jornalista defende a pertinência do tema, até porque “a mensagem que transmite era muito mais importante do que as repercussões eventualmente negativas que pudesse ter”.
Quanto ao Prémio propriamente dito, Catarina Brites Soares afirmou que “vem dar visibilidade a uma área do mundo que muito tempo esteve ostracizada e que agora, de alguma forma, ganha protagonismo, também muito por responsabilidade desta terra, Macau, e da China Continental”.
Mais informação no Jornal Tribuna de Macau
O jornalista António de la Cruz, de 47 anos, e a sua filha, de 23 anos, foram assassinados ao sair de sua casa em Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, no México. Somam-se, agora, doze homicídios de profissionais dos “media” mexicanos desde o início do ano.
O “Expreso”, órgão de comunicação onde o jornalista trabalhava, é alvo de constantes ataques e ameaças. A título de exemplo, em 2012, uma organização criminosa fez explodir um carro bomba junto às portas da sede daquele jornal.
Várias figuras políticas reagiram, entretanto, à morte deste profissional.
Foi esse o caso do governador de Tamaulipas, Francisco García Cabeza de Vaca, que lamentou o desaparecimento do jornalista e afirmou, no Twitter, ter “pedido à Procuradoria Geral do Estado o compromisso de esclarecer os factos”, para que o crime não permanecesse “impune”.
A Procuradoria, por sua vez, afirmou que será destacada, para o caso, uma equipa especializada em crimes contra a liberdade de expressão.
Perante a actual vaga de violência contra jornalistas, a União Nacional de Editores de Imprensa mexicana (SNRP) acusou o governo de não combater, eficazmente, “a delinquência e o crime”, que prejudicam “ o Estado de Direito, a aplicação das leis e toda a Constituição”.
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) reiterou, entretanto, a sua preocupação com “a alarmante onda de violência contra os colaboradores da imprensa”, que está a transformar o México “num dos países mais perigosos para o exercício da profissão”.
O México encontra-se em 127º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, entre 180 países.
O “Washington Post” está a oferecer planos de subscrição anuais de 50 euros, para os próximos 50 anos. Ou seja, os novos assinantes têm oportunidade de pagar uma taxa anual fixa, pelo serviço noticioso digital, até 2072.
Conforme apontou Joshua Benton num artigo publicado no “Nieman Lab”, apesar de ser impossível adivinhar como estará o mundo daqui a 50 anos, esta é uma estratégia de “marketing”, que espelha o “WP” enquanto uma instituição jornalística.
Até porque, segundo recordou Benton, o “WP” celebrou, agora, os 50 anos da divulgação do “caso Watergate”. Logo, esta oferta de subscrição vem oferecer mais meio século de jornalismo de investigação e de confiança.
Isto ajuda, também, a marcar a diferença entre o “Washington Post”, que consegue assegurar o seu funcionamento, e os muitos títulos que foram forçados a fechar as portas no decorrer das últimas décadas.
Portanto, explicou Benton, através deste pacote de assinatura, o “Washington Post” quer, igualmente, passar uma ideia de robustez, tanto do seu trabalho jornalístico, como do seu modelo de negócio.
Além disso, esta estratégia ajuda a garantir uma base de subscritores fixos, e a diminuir a taxa de cancelamento, que, actualmente, ronda os 0,85% semanais.
Os ciberataques passaram a fazer parte da paisagem mediática portuguesa. Depois do Grupo Impresa ter sido seriamente afectado, juntamente com a Cofina, embora esta em menor grau de exposição, chegou a vez do Grupo Trust in News, que detém o antigo portfólio de revistas de Balsemão, como é o caso do semanário “Visão”.
Outras empresas foram igualmente visadas, em maior ou menor escala, desde a multinacional Vodafone aos laboratórios Germano de Sousa.
Não cabe neste espaço qualquer comentário especializado a tal respeito, mas não nos isentamos de manifestar uma profunda preocupação relativamente à continuidade - e aparente impunidade - destes actos ilegais, que estão a pôr a nu as vulnerabilidades dos sistemas e redes, tanto públicos como privados.
Recorde-se que este site do Clube Português de Imprensa já foi alvo, também, de intrusões pontuais que bloquearam a sua actualização regular, o que voltou a acontecer, embora de uma forma indirecta, como consequência da inoperacionalidade do operador de telecomunicações atingido.
Oxalá estes ataques de “hackers”, já com um carácter mais “profissional”, tenha contribuído para alertar os especialistas e as autoridades competentes em cibersegurança no sentido de adoptarem as medidas de protecção que se impõem.
As fragilidades ficaram bem à vista.