A associação que representa alguns dos maiores jornais de referência nos Estados Unidos, como The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, vai solicitar ao Congresso uma isenção temporária das normas de concorrência, para poder negociar em conjunto perante o “duopólio” Google – Facebook. Este propósito é definido num artigo publicado em The New York Times, no qual a News Media Alliance diz que Google e Facebook "continuam a engolir o mercado de publicidade digital", retirando receitas que outrora pagavam um jornalismo de qualidade – o mesmo que as plataformas tecnológicas disponibilizam de forma gratuita.
Segundo a notícia do Jornal de Negócios, que aqui citamos, as publicações reconhecem que estão dependentes do Google e Facebook para chegarem aos seus leitores, “lutando por atenção ao lado de notícias falsas, sites que replicam os seus conteúdos e vídeos de gatos”.
A comparação vai ainda mais longe: se os gigantes tecnológicos são a “realeza da corte”, os jornais “são os suplicantes e os servos”. “Representam uma ameaça economicamente maior do que o presidente Trump (até agora) com a sua retórica”, acrescentam. A aliança reconhece ainda que seria necessária legislação adicional para que lhes seja dada autorização para negociar como um grupo.
A News Media Alliance (que até Setembro de 2016 se chamava Newspaper Association of America) representa cerca de dois mil jornais nos EUA e no Canadá, incluindo jornais digitais e empresas multimédia. Também a News Corporation (de Rupert Murdoch) declarou que apoia o esforço de “chamar a atenção do público e do Congresso para o comportamento anti-competitivo do duopólio digital, especialmente no modo como ele afecta negativamente as empresas noticiosas e de informação”.
Mais informação no Jornal de Negócios, o artigo original do NYT (a que pertence a imagem utilizada) e a evolução da NAA para a nova News Media Alliance
Num ambiente mediático saturado de notícias, os leitores valorizam mais as que lhes são pessoalmente pertinentes - e isto não pode ser definido, numa redacção, medindo os clicks.
“As pessoas abrem frequentemente artigos que são divertidos, ou triviais, ou estranhos, sem sentido cívico evidente. Mas mantêm uma noção clara da diferença entre o que é trivial e o que é importante. De modo geral, querem estar informadas sobre o que se passa à sua volta, a nível local, nacional e internacional.”
A reflexão é de Kim Christian Schroder, um investigador dinamarquês que passou metade do ano de 2018 em Oxford, fazendo para o Reuters Institute um estudo sobre a relevância das notícias para os leitores - e o que isso aconselha às redacções.
“Na medida em que queiram dar prioridade às notícias com valor cívico, os jornalistas fazem melhor em confiar no seu instinto do que nesse sismógrafo de pouca confiança que são as listas dos textos ‘mais lidos’.”
Prossegue a 27 Fevereiro o ciclo de jantares-debate subordinado ao tema “Portugal: que País vai a votos?”, promovido pelo CPI, em parceria com o CNC e o Grémio Literário, tendo como orador convidado o Prof. Jorge Soares, que preside ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, desde 2016, preenchendo o lugar deixado vago por morte de João Lobo Antunes.
Director do Programa Gulbenkian Inovar em Saúde, da Fundação Calouste Gulbenkian, Jorge Soares já fazia parte daquele Conselho, antes de ser eleito para a sua presidência .
O seu currículo é vasto. Presidiu também à Comissão Externa para Avaliação da Qualidade do Ensino, e, mais tarde, assumiu a vice-presidência da Comissão de Ética da Fundação Champalimaud, e, a partir de 2016, foi presidente da Comissão Nacional dos Centros de Referência. É Perito Nacional na União Europeia do 3rd Programme “EuropeAgainst Cancer” .
Lançado em Novembro de 2015, este site tem vindo a conquistar uma audiência crescente, traduzida no número de visitantes e de sessões e do tempo médio despendido. É reconfortante e encorajador, para um projecto concebido para ser um espaço de informação e de reflexão sobre os problemas que se colocam, de uma forma cada vez mais aguda, ao jornalismo e aos media.
Observa-se , aliás, ressalvadas as excepções , que a problemática dos media , desde a precariedade dos seus quadros às incertezas do futuro - quer no plano tecnológico quer no editorial - , raramente constitui tema de debate nas páginas dos jornais, e menos ainda nas suas versões online ou nos audiovisuais. É um assunto quase tabú.